quarta-feira, 25 de maio de 2016

Letras

As Letras na Arte

  Sabemos que as letras surgiram a partir dos desenhos. Antes do homem se comunicar através da escrita com letras como temos hoje, ele se comunicava através do desenho. Os hieróglifos egípcios ilustram bem esta afirmativa.
  No afresco de mais ou menos 1350 a.C. os hieróglifos que aparecem sobre o homem calvo representam o que este "personagem" está dizendo ou pensando: "Enquanto sobreviver o Grande Deus que está no céu, esta pedra se encontra na posição correta!" (FARTHING, Stephen, Tudo Sobre a Arte, págs. 30 e 31). Podemos assim considerar que as pinturas egípcias são precursores das histórias em quadrinhos, por misturar dizeres aos desenhos.


(Afresco, British Museum, Londres, Reino Unido)


  Na Idade Média, os monges, missionários da Escócia, da Europa Nórtica, eram grandes desenhistas de letras. Seus manuscritos bíblicos estão repletos de letras cuidadosamente decoradas com minúsculos desenhos, volutas, animais, santos, anjos, etc. De forma simbólica eles decoravam as letras que iniciavam os capítulos (as letras capitulares) ou faziam, também, monogramas. As letras capitulares eram assim desenhadas para marcarem com facilidade os capítulos dos livros manuscritos. 

(Página do monograma, fólio 34 recto manuscrito em velino. Trinity College, Dublin, Irlanda)


 Se as letras surgiram a partir do desenho, hoje elas servem de inspiração para muitas pinturas e desenhos, e mais do que isto, hoje estamos rodeados por desenhos ou tipos de letras (fontes) que estão presentes nas propagandas e produtos ( em rótulos, logotipos, cartazes, folders, cartões de visita, etc.), ou seja, são muito usadas nas artes gráficas. O desenho de letras é, ainda, bastante usado na arte urbana, nos grafites espalhados pela cidade. Os grafiteiros adoram usar letras e as desenham e decoram com muita criatividade!

(Grafite no metrô de Nova York, EUA)


As letras são, então, fonte inspiradora para desenhos bem criativos como de Paulino e Pedro Henrique. Veja no desenho de Pedro Henrique como ele se diverte espalhando P(s) por todo lado. Quantos você pode contar?

(Paulino, 2016)


(Pedro Henrique, 2016)


 Já os desenhos de Danielle e Bruno foram inspirados nas letras capitulares das Iluminuras, como eram chamadas as artes dos manuscrito bíblicos. 
 Um D bem feminino e um B bem masculino! Veja como as letras desenhadas podem expressar, nos dizendo algo sobre quem as desenha! 
(Danielle, 2016)

(Bruno, 2016)









sábado, 26 de março de 2016

Isto eu também faço?

 Jackson Pollock

O famoso "artista do respingar tinta". Quando nos deparamos com a obra de Pollock, normalmente o comentário que se faz é: Isto eu também faço. Porém, embora pareça que o artista simplesmente respingou ou atirou a tinta na tela de maneira fortuita, ele garantia que não era bem assim. Pollock afirmava que tudo em suas obras era bem planejado e nada estava ali por acaso. É muito fácil afirmar e pensar: Ah! Isto eu também faço. Por que estas obras valem tanto? Vamos analisar, então, esta questão. Primeiro, o artista Jackson Pollock tem o mérito de ter sido o primeiro artista a utilizar este estilo de arte em suas obras: O Action Painting, ou seja, "pintura de ação" ou Expressionismo Abstrato, como este estilo foi denominado posteriormente, por levar em conta a ação gestual do artista. Na obra abaixo (Ritmo de Outono), por exemplo, Pollock usa cores que evocam o outono, num ritmo alucinante, ele cria estes respingos sugerindo uma tempestade outonal, árvores que balançam e deixam suas folhas pelo chão.


Ritmo de Outono, 1950
 
Já em Mastros Azuis: Número 11, ele sugere com seus respingos oito grandes mastros azuis que balançam em movimento frenético fazendo-nos imaginar embarcações de uma frota que se movimenta em nossa direção.


Mastros Azuis: Número 11, 1952
 
 
Outros artistas depois dele usaram a Action Painting com outras propostas. Ou seja, pegaram o "gancho" com o famoso artista mas sob uma ideia diferente. Como Willem de Kooning com pinceladas mais largas e soltas na criação de suas famosas mulheres.